Ela aparece nua
com um simples véu
da mais fina e subtil transparência,
ao virar da esquina,
na areia da praia ou do deserto
abraçada ao céu e à terra
porque ela não sabe da sua existência
Ele levanta-lhe pontas do véu
com sopros de ternura
que não violam a sua liberdade
sussurra baixinho ao mundo a sua paixão
Ele, o poeta, sabe por instinto
que o seu poder
está só nesse segredo:
Ele sabe que a poesia
não sabe da sua existência.